A fotografia em nós.

Como de costume, viajei para passar o Carnaval em Guarapari-ES.

Tinha acabado de comprar um novo corpo de câmera e isto, por si só, poderia ser um estímulo necessário para fazer algumas fotos e curtir alguns momentos legais no período que passei por lá.

Mas por algum motivo eu estava desmotivado.

Não queria fotografar, não queria levar a câmera … talvez desestimulado porque já sabia o que encontraria pois desde muito tempo atrás vou à Guarapari (viajar é bom, mas a variação de locais de viagens é muito melhor).

Até começarem os desfiles de blocos e eu pegar na câmera.

O desestímulo sumiu e eu me envolvi novamente … não há corpo novo, lente nova ou acessória diferente que supere o prazer e o envolvimento que o ato de fotografar promove em nossas existências.

Quando as cenas começam a acontecer na nossa frente, ou no viewfinder no caso, o tempo não existe, é um transe onde nos desligamos por instantes – que parecem eternos – e mergulhamos num mundo que não se descreve, só se sente.

Em ambientes como festas populares estes sentimentos vem à tona a cada instante, a cada cena que descortina-se aos nossos olhos. 

Mudamos de mundo, aproveitamos da mesma forma que os protagonistas que retratamos.

A fotografia está em nós como uma segunda alma.

Uma vez envolvidos nela é impossível não carregá-la para sempre e o desestímulo existe somente até a próxima cena.

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Obrigado por ver.

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Captura das imagens: SMC Takumar 50/1.4, Jupiter 9.